Acho que de todos os trabalhos desenvolvidos até agora o que está me causando mais dificuldade é este. Procurei, desde o inicio do curso, organizar os trabalhos e pesquisas em pastas no PC, desenvolvi em power point algumas disciplinas de forma que tivesse uma visão geral de todos os trabalhos. Outros (ainda sem tempo) continuam apenas separados por disciplinas com textos, rascunhos, artigos (ainda não lidos), pesquisas e trabalhos desenvolvidos.

Claro que em todos, consigo perceber meu crescimento (o que não conhecia, o que não aplicava, o que já sabia e foi reforçado) mas não cheguei a fazer as reflexões que tenho feito nesta disciplina, especificamente neste trabalho, conectando, transformando em atividades ideias e pensamentos que eram apenas exercícios de estudante.


Achava que o termo professor-pesquisador só se aplicava ao profissional que desenvolvia teorias e teses em gabinete, mas agora por mais que eu tenha a programação montada, a aula preparada com um plano de estudo em andamento, não consigo deixar de ler um artigo ou reler um capitulo estudado antes de apresentar aos alunos.

Em cada semestre modifico a maneira de concluir as disciplinas de forma que não fique parecendo fechada, acabada; sempre deixo um espaço para novas conclusões, um artigo por terminar ou uma indicação de livro (para ler quando tiver tempo). Assim me forço a retomar, sem chance para a “acomodação”, não me preocupo com “o que ainda não conheço”, o que realmente me assusta é achar que “o que sei” me basta...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tendências pedagógicas

Tendências pedagógicas e o ensino de artes - panorama histórico
Diz Ana Mae Barbosa: "É fundamental conhecer a história do ensino de arte para perceber a realidade atual e lidar criticamente com ela."
Escola tradicional
Valorizava a transmissão do conteúdo de forma produtivista preocupando-se, sobretudo, com o produto do trabalho escolar.
Esse produto demonstrava o quanto o aluno aprendeu do “fazer técnico e científico” dos conteúdos abordados. Os conteúdos são verdades absolutas, dissociadas da vivência dos alunos e de sua realidade social. O aluno é o receptor passivo, inserido em um mundo que irá conhecer pelo repasse de informações.

Escola nova
A Tendência Liberal Renovadora não-diretiva (Escola Nova) enfatiza a formação de atitudes, o método é baseado na facilitação da aprendizagem, onde aprender é modificar as percepções da realidade. O Professor é auxiliar das experiências.
"Do ponto de vista da Escola Nova, os conhecimentos já obtidos pela ciência e acumulados pela humanidade não precisariam ser transmitidos aos alunos, pois acreditava-se que, passando por esses métodos, eles seriam naturalmente encontrados e organizados" (FUSARI e FERRAZ).

Escola tecnicista
O tecnicismo seguia uma linha de ensino, adotada por volta de 1970, no Brasil, que privilegiava excessivamente a tecnologia educacional e transformava professores e alunos em meros executores e receptores de projetos elaborados de forma autoritária e sem qualquer vínculo com o contexto social a que se destinavam. Este modelo foi importado dos EUA, durante as décadas de 1960/1970, para suprir a demanda da mão-de-obra qualificada a partir da chegada das multinacionais, no Brasil.

Escola libertadora e escola libertária
Apesar de possuir nomes parecidos, vindos da mesma origem, libertador e libertário possuem significados diferentes: enquanto libertador significa que ou o que liberta, que concede a liberdade, libertário é que ou aquele que se guia por doutrinas fundamentadas na liberdade absoluta.
Tendência progressista libertadora: Essa tendência tem sua origem ligada diretamente com o método de alfabetização de Paulo Freire. A busca do conhecimento é imprescindível, é uma atividade inseparável da prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas, sim, numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social.
Tendência progressista libertária: A pedagogia progressista libertária valoriza a experiência de autogestão, autonomia e não-diretividade. Nessa concepção, a ideia de conhecimento não é a investigação cognitiva do real, mas, sim, a descoberta de respostas relacionadas às exigências da vida social. Essa tendência acredita na liberdade total; por isso dá mais importância ao processo de aprendizagem grupal do que aos conteúdos de ensino.

Escola crítico-social dos conteúdos
Surge no final dos anos 70 e início dos anos 80. Sua tarefa principal centra-se na difusão dos conteúdos, que não são abstratos, mas concretos. Cabe ao professor escolher conteúdos mais significativos para o aluno, os quais passam a contribuir na sua formação profissional, visando à inserção do aluno no contexto social.

Escola construtivista
Independente da estratégia de ensino do professor, o que deve ficar bem claro é que a aprendizagem é uma construção pessoal que se produz em função das inter-relações significativas com o meio ambiente e que o professor deve ser um guia, um facilitador ou mediador, tendo o cuidado de nunca antecipar as respostas.
"Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado.” (Fernando Becker)

Olhando o ensino da arte no Brasil, desde o início de nossa história, podemos compreender porque continuamos nesse caus. As várias correntes desenvolvendo a educação sempre tiveram interesses maiores por trás da falsa preocupação com o maior interessado que é o aluno e com a melhoria na formação do professor.
Ainda temos muito que aprender e modificar em nosso país, quando achamos que estamos no caminho certo aparecem dificuldades impostas por pessoas alheias ao desenvolvimento cultural e independência de pensamento.
Sei que a atual proposta que tentamos seguir no ensino da Arte é sem dúvida a que melhor atende as necessidades do que seja realmente Arte. Trabalha o contexto histórico, a relação cultural, vários significados sociais e ideológicos, principalmente nas obras contemporâneas, e entende que a arte é muitas vezes utilizada para subverter padrões sociais. Mas também entendo que o que hoje nos parece perfeito (apesar de muitas vezes não ser utilizado) tende a se tornar obsoleto, pois a sociedade se modifica muito mais rapidamente que as novas tendências são estudadas e implantadas.
Mas acredito que estamos no caminho certo, pelo menos sabemos que impor métodos importados referentes a uma determinada cultura não leva a nada, ensinar a pensar buscando nas próprias experiências e bagagem cultural motiva um aprender independente e um desenvolvimento de cidadania.

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