Acho que de todos os trabalhos desenvolvidos até agora o que está me causando mais dificuldade é este. Procurei, desde o inicio do curso, organizar os trabalhos e pesquisas em pastas no PC, desenvolvi em power point algumas disciplinas de forma que tivesse uma visão geral de todos os trabalhos. Outros (ainda sem tempo) continuam apenas separados por disciplinas com textos, rascunhos, artigos (ainda não lidos), pesquisas e trabalhos desenvolvidos.

Claro que em todos, consigo perceber meu crescimento (o que não conhecia, o que não aplicava, o que já sabia e foi reforçado) mas não cheguei a fazer as reflexões que tenho feito nesta disciplina, especificamente neste trabalho, conectando, transformando em atividades ideias e pensamentos que eram apenas exercícios de estudante.


Achava que o termo professor-pesquisador só se aplicava ao profissional que desenvolvia teorias e teses em gabinete, mas agora por mais que eu tenha a programação montada, a aula preparada com um plano de estudo em andamento, não consigo deixar de ler um artigo ou reler um capitulo estudado antes de apresentar aos alunos.

Em cada semestre modifico a maneira de concluir as disciplinas de forma que não fique parecendo fechada, acabada; sempre deixo um espaço para novas conclusões, um artigo por terminar ou uma indicação de livro (para ler quando tiver tempo). Assim me forço a retomar, sem chance para a “acomodação”, não me preocupo com “o que ainda não conheço”, o que realmente me assusta é achar que “o que sei” me basta...

sábado, 10 de abril de 2010

DEPOIMENTO REFLEXIVO DO PRENSAUTO



De todos os objetos que escolhi para o nicho poiético apenas as chaves foram aproveitadas para o prensauto, os outros objetos eram grades e não caberiam no meu pé.
Fiz alguns testes no papel, no primeiro achei muito cheio, então resolvi tirar alguns objetos, a segunda montagem ficou melhor.
Imprimir os objetos foi tranqüilo, um fio de nylon enrolado na chave e tudo bem, mas e a moeda? Nada que duas lixas de metal não resolvessem, mas no momento de puxar, ela pulou e cravou na argila, meu primeiro impulso foi de alisar e arrumar as imperfeições, mas quando tirei a moeda, percebi uma impressão que não tinha sido pensada, mas que ficou bem interessante, então reforcei a impressão e fiz outra.
Esse tema ou suporte é muito interessante e abrangente, podemos relacionar com infinitos outros temas e objetos. No inicio dos trabalhos achei que seria difícil conseguir uma harmonia, senti que qualquer objeto cravado no meu pé seria no mínimo visualmente desconfortável, mas com a ajuda do Caderno de Registro, comecei a pensar e escrever onde e como os meus pés me levam. Então comecei a relacionar com outras coisas, que da mesma forma me levam, se não efetivamente pelo menos é uma consequencia, uma forma virtual ou um pensamento que me leva para outro lugar.
Vou copiar alguns trechos do que escrevi no caderno, tentando mostrar o que me levou a montar meu Prensauto dessa maneira.
Os pés te levam para onde quiseres, se não vão efetivamente, pelo menos te levam, de certa forma a pegar um transporte que te leve... As chaves também não te levam a lugar nenhum, mas abrem portas que te levarão onde quiseres. Acredito que os dois elementos estejam interligados, pois os pés não atuam sozinhos, apenas facilitam as coisas. As chaves também não são atrizes principais, mas abrem um mundo de histórias e os pés apenas facilitam a ação do sujeito. Quantos mistérios estão guardados nos armários e salas trancadas; quantos caminhos não andamos, que mudariam nossas vidas???? Acho que essa dupla pode não fazer acontecer, mas sem dúvida proporciona grandes momentos.
Da mesma forma o dinheiro (moedas) sozinho não é nada, mas pode te levar longe, passando por várias pessoas, trocando de objetivos, sonhos e prazeres, proporcionando uma mudança na vida de quem o possui.
O cadeado faria um belo par com as chaves e teria uma plasticidade bem interessante, mas acho que é muito duro, muito fechado e meu objetivo neste trabalho é justamente abrir possibilidades.
Uma medalha é consequencia de uma longa caminhada; de muito esforço, determinação e disciplina. Não é o final, sempre existe algo mais para se conquistar, é outra etapa de uma jornada que não termina, pode mudar de foco, mas nunca de interesse. (ficou muito grande, fica para outro trabalho essa ideia)
A ideia de exposição de um ou vários Prensautos seria de induzir o espectador a entrar em um espaço com outras obras, seria um caminho a ser seguido. Acredito que uma porta entreaberta com marcas de pés, é uma situação que deixaria qualquer um curioso, com certeza mexeria com o imaginário das pessoas. Outra possibilidade de apresentar um único Prensauto poderia ser usando para escorar da porta de acesso a uma exposição.

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