
De todos os objetos que escolhi para o nicho poiético apenas as chaves foram aproveitadas para o prensauto, os outros objetos eram grades e não caberiam no meu pé.
Fiz alguns testes no papel, no primeiro achei muito cheio, então resolvi tirar alguns objetos, a segunda montagem ficou melhor.
Imprimir os objetos foi tranqüilo, um fio de nylon enrolado na chave e tudo bem, mas e a moeda? Nada que duas lixas de metal não resolvessem, mas no momento de puxar, ela pulou e cravou na argila, meu primeiro impulso foi de alisar e arrumar as imperfeições, mas quando tirei a moeda, percebi uma impressão que não tinha sido pensada, mas que ficou bem interessante, então reforcei a impressão e fiz outra.
Esse tema ou suporte é muito interessante e abrangente, podemos relacionar com infinitos outros temas e objetos. No inicio dos trabalhos achei que seria difícil conseguir uma harmonia, senti que qualquer objeto cravado no meu pé seria no mínimo visualmente desconfortável, mas com a ajuda do Caderno de Registro, comecei a pensar e escrever onde e como os meus pés me levam. Então comecei a relacionar com outras coisas, que da mesma forma me levam, se não efetivamente pelo menos é uma consequencia, uma forma virtual ou um pensamento que me leva para outro lugar.
Vou copiar alguns trechos do que escrevi no caderno, tentando mostrar o que me levou a montar meu Prensauto dessa maneira.
Os pés te levam para onde quiseres, se não vão efetivamente, pelo menos te levam, de certa forma a pegar um transporte que te leve... As chaves também não te levam a lugar nenhum, mas abrem portas que te levarão onde quiseres. Acredito que os dois elementos estejam interligados, pois os pés não atuam sozinhos, apenas facilitam as coisas. As chaves também não são atrizes principais, mas abrem um mundo de histórias e os pés apenas facilitam a ação do sujeito. Quantos mistérios estão guardados nos armários e salas trancadas; quantos caminhos não andamos, que mudariam nossas vidas???? Acho que essa dupla pode não fazer acontecer, mas sem dúvida proporciona grandes momentos.
Da mesma forma o dinheiro (moedas) sozinho não é nada, mas pode te levar longe, passando por várias pessoas, trocando de objetivos, sonhos e prazeres, proporcionando uma mudança na vida de quem o possui.
O cadeado faria um belo par com as chaves e teria uma plasticidade bem interessante, mas acho que é muito duro, muito fechado e meu objetivo neste trabalho é justamente abrir possibilidades.
Uma medalha é consequencia de uma longa caminhada; de muito esforço, determinação e disciplina. Não é o final, sempre existe algo mais para se conquistar, é outra etapa de uma jornada que não termina, pode mudar de foco, mas nunca de interesse. (ficou muito grande, fica para outro trabalho essa ideia)
A ideia de exposição de um ou vários Prensautos seria de induzir o espectador a entrar em um espaço com outras obras, seria um caminho a ser seguido. Acredito que uma porta entreaberta com marcas de pés, é uma situação que deixaria qualquer um curioso, com certeza mexeria com o imaginário das pessoas. Outra possibilidade de apresentar um único Prensauto poderia ser usando para escorar da porta de acesso a uma exposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário