Acho que de todos os trabalhos desenvolvidos até agora o que está me causando mais dificuldade é este. Procurei, desde o inicio do curso, organizar os trabalhos e pesquisas em pastas no PC, desenvolvi em power point algumas disciplinas de forma que tivesse uma visão geral de todos os trabalhos. Outros (ainda sem tempo) continuam apenas separados por disciplinas com textos, rascunhos, artigos (ainda não lidos), pesquisas e trabalhos desenvolvidos.

Claro que em todos, consigo perceber meu crescimento (o que não conhecia, o que não aplicava, o que já sabia e foi reforçado) mas não cheguei a fazer as reflexões que tenho feito nesta disciplina, especificamente neste trabalho, conectando, transformando em atividades ideias e pensamentos que eram apenas exercícios de estudante.


Achava que o termo professor-pesquisador só se aplicava ao profissional que desenvolvia teorias e teses em gabinete, mas agora por mais que eu tenha a programação montada, a aula preparada com um plano de estudo em andamento, não consigo deixar de ler um artigo ou reler um capitulo estudado antes de apresentar aos alunos.

Em cada semestre modifico a maneira de concluir as disciplinas de forma que não fique parecendo fechada, acabada; sempre deixo um espaço para novas conclusões, um artigo por terminar ou uma indicação de livro (para ler quando tiver tempo). Assim me forço a retomar, sem chance para a “acomodação”, não me preocupo com “o que ainda não conheço”, o que realmente me assusta é achar que “o que sei” me basta...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caminho das Letras


Proposta das Paisagens Urbanas
com Intervenções Coletivas


No inicio do ano normalmente faço uma pesquisa com os alunos onde eles devem procurar a definição de Museu, Exposição, Galeria, Instalação e Interferência. E montar um guia com endereço, telefone, ingresso, horário de funcionamento de quatro museus e exposições, em Porto Alegre (isso desperta a vontade de visitar algum deles). Quando falo das diferenças entre cada instituição, sempre noto uma curiosidade maior sobre as instalações e interferências, e acabo propondo uma instalação no saguão da escola, que eles fazem com muito entusiasmo.
Este ano como já sabia do trabalho de Interferência Urbana, sondei o que teria maior importância no entorno da escola e que não interferisse na segurança deles (trabalho com o Noturno). Com certeza os problemas que mais surgiram foram em relação à segurança nas imediações da escola, mas outro problema é a parada de ônibus, e esse me atinge diretamente quando os alunos pedem para sair mais cedo, pois o ônibus demora muito para passar. Então começamos a pensar em como trabalhar uma interferência na parada de ônibus.
Mas como é normal em toda escola, nossas aulas foram interrompidas por reuniões, palestras, e os empecilhos normais do ensino noturno a evasão. Isso tudo com a entrada de um projeto, de várias disciplinas, envolvendo alunos do magistério com a educação infantil, onde seria contada uma história e as crianças presenteadas com um livro e uma flor (feita de EVA) seguindo a tradição espanhola para o Dia Internacional do Livro.
Como se tudo isso não bastasse uma semana de chuvas e feriado impediu uma ação externa com as turmas do noturno e a parada de ônibus, foi então que tive que mudar o foco, trabalhando agora com as turmas de magistério.
Montamos um painel com as datas das apresentações decorando com uma estante desenhada com as lombadas dos livros em EVA no saguão da escola.
Foram confeccionadas letras em jornal e espalhadas pela calçada da escola entrando pelo portão, subindo as escadas e chegando ao saguão.
Da estante de livros caiam letras de papel contact coladas pelo chão, fazendo um “Caminho de Letras” até o local da apresentação.
Entendo que esta atividade não seguiu exatamente a proposta do trabalho de Interferência Urbana, mas nem sempre o que planejamos para ser desenvolvido com os alunos sai no momento que desejamos.
Os alunos do noturno estão aguardando com paciência o momento oportuno para montarem a Interferência na parada do ônibus, enquanto isso, continuam planejando e discutindo o assunto entre eles, e eu acho que isso é o que importa não é a professora que quer o trabalho, são os alunos que estão, fora da sala de aula, discutindo uma maneira de chamar a atenção, de forma artística, para um problema pertinente a todos.

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