


Meu Andante; difícil ordenar os pensamentos colocar no papel as mudanças que ocorreram, mas vou tentar. A ideia sempre foi produzir pegadas com uma evolução, quer dizer tendo uma historia para contar. As pegadas da humanidade de fascinaram; partindo do macaco depois um pé humano, um pé com sapato e um pé robótico. As figuras internas seguiriam a evolução dos períodos artísticos. Começaria com bananeiras na primeira pegada, inspirada na obra de Lasar Segal “O menino com lagartixas”, seguindo com “Abaporu” de Tarsila do Amaral e assim sempre continuando até a arte contemporânea. Mas os tropeços no meio do caminho me levaram a mudar de ideia, mantive a primeira pegada, mas na segunda já tive outras ideias e acabei por fazer um pé social com elementos de festa, enfeites e neon (esqueci de espelhar e a palavra ficou invertida). Quando estava pronta para fazer um pé com motivos mais operários; a ideia já tinha mudado para uma ótica no sentido mais diário, nossas várias atividades, como nos transformamos ao longo do mesmo dia com as diversas atividades que desenvolvemos. Foi que minha filha me ligou dizendo que estava indo para o pronto socorro porque tinha machucado o pé no treino de judô. Passei um trabalho para a turma que estava dando aula e fui dar um apoio para ela. Na radiografia estava bem claro que aquele “risco” não era para estar ali... Isso me levou a repensar minhas pegadas, então usei um pé como se fosse uma radiografia, aparecendo os ossos com uma grande fissura. A continuação não poderia ser diferente um pé com gesso, e todas as assinaturas e recados dos colegas, sem esquecer a muleta que por um bom tempo ela vai precisar.
Muito bem; chegou a hora; difícil hora de entregar um “filho” para o mundo; deixá-lo andar sozinho. Minha ideia era deixar minhas pegadas na Redenção onde foram planejadas entre uma corrida e outra. Mas domingo pela manhã sempre vamos para Ipanema, então achei até melhor, pois irei me desprender mais facilmente sem vê-las por uma semana.
Coloquei as pegadas perto do passeio, na grama para ter um melhor contraste de cores, em uma descida para a orla. Tirei algumas fotos e sentei relativamente perto para ficar observando se alguém perceberia e comentaria alguma coisa (até agora nada...).
Com os meus chinelos e a ajuda do marido fizemos algumas marcas na areia (procuramos uma areia mais fina) não ficou perfeita, mas conseguimos algumas marcas. Quando estávamos saindo uma menina correu para pegar uma bola e notou as pegadas, olhou, andou em volta e voltou para seu brinquedo... no próximo domingo vou voltar para observar o que restou do meu Andante...
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